Já nada está igual.
A diferença entre a noite e o dia é abruptamente grande. Rodopio no girar do
mundo, tropeço nos pensamentos de quem passa ao lado. Sentiste a mágoa da nuvem
que te ensombrou o caminho? Não, claro que não sentiste. Estremeceste com a frieza
com que ela te brindou ao tapar o sol mas não percebeste que era tristeza.
Tristeza de indiferença aos outros!
Sento-me
no chão gelado… “Pára!”. Mas o mundo continua a rodar, as pessoas a passar, o
dia a nascer, a noite a descer, motores a gritar, folhas a cair, gente a olhar
para os farrapos com alguém amontoados no passeio pisado… mas ninguém a parar,
para ajudar, para falar, para pensar.
Não
sei quem sou. Conheces-me? O teu olhar meigo respondeu-me na sua doçura
silenciosa. Ainda bem que me conheces, assim sinto-me menos perdida nesta
loucura que de mim se apodera.
Não
fujas de mim Anjo… Cria-me as ilusões, devolve-me as sensações… Deixa-me
sonhar… Não me prendas, não me largues… Ilumina o meu caminho que eu
acompanho-te no teu.
“Acordei-te?”
“Estava a sonhar…”
Sem comentários:
Enviar um comentário